segunda-feira, 30 de novembro de 2009
solto.
São como asas, que não param. Dentro do peito, elas se acalmam e o coração palpita. Pode ser por apenas um segundo e elas voltam. Parece que ele quer sair voando, livre livre. E, por um acaso, tento prendê-lo. Ele e ela formam um par não muito amigável aqui dentro. São um tipo antagônico de movimentos e vontades. Vontades que são de comando meu, forçado pelo cérebro. Contudo, parece que, por mais que esteja empate: 2(cerebro+eu)x2(coração+asas) eles sempre têm mais forças. Quando penso que, enfim, a calmaria vai se fazer presente, vejo que me equivoquei. Vem a tormenta, com o bater das suas asas o furacão vem afastar de mim toda a esperança. Parace coisa de carma, ou sei lá. Essa instabilidade está sempre presente. Não é ruim. Enquanto isso, eu o deixo solto, para voar por onde quiser ir. Sei o quanto o prender não nos faz muito bem. Tirá-lo de dentro de uma gaiola, e vê-lo batendo suas asinhas é de tamanha tranquilidade. Tem o livre arbítrio de pousar aonde quiser, a qualquer hora. Como também de levantar voo, a qualquer instante. É assim, meu coração só quer liberdade. Livra pra sentir, sofrer, amar, se iludir, se dar de presente e possibilitar devolução. Eu só faço questão de que não queiram prendê-lo. Não agora.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
carta à vida
Ficção parte 1.
Memórias de um suicida
Escrevo pra viver, é a minha saída. Desabafar para mim mesmo. Enquanto isso lágrimas caem e borram a tinta da caneta sobre o papel. Sou ilegível. A carta está se tornando. Invento desculpa para não sair de casa. Deixe-me só com meus pensamentos. Não quero vos presentear com a amargura do meu coração.
O tempo. Ele passa e cada vez mais me sinto um extraterrestre. Me abstrair desse mundo é só o que eu quero. Me afundar nos meus míseros desesperos. Eu não quero me dopar. Quero sentir cada alfinetada de dor. Dessa dor que um dia me fez feliz pois sim, eu fui feliz. Felicidade instantânea, por ser uma pessoa instável. Às vezes o ódio, outras o amor. O hoje e o infinito. O bem e o mal. Sou antagônico, indeciso. Tenho mais limites e regras que qualquer outra coisa e não gosto disso. Me contradigo sem precisar falar uma só palavra. Ao respirar já vou de encontro ao que eu quero. Meu silêncio é o meu único momento verdadeiro para com vocês.
Não me encarem, baixarei os olhos por absurda covardia. Tenho medo do seu julgamento. O veredito final acusará insanidade mental, eu sei. Nada mais que a verdade. Talvez, daqui algum tempo minha loucura será diagnosticada e vão querer me submeter à algum tratamento. NÃO ME SUBMETO. Seus remédios estão no lixo. Aqui fico com a minha loucura longe de vocês, carrascos, que só me fazem mal. Deixo-lhes esta carta a qual vocês podem usar como justificativa para o meu fim e vos livrar da responsabilidade. Eu assumo a culpa. Mérito de vocês? Não. Único e exclusivamente meu. Estou indo porque quero. Agora, escrevo para morrer. Não deixo dedicatória à ninguém. Não consegui em, quase meio século de vida, me apegar a nada nesse mundo.
Quero que saiba que estou indo embora por te amar, VIDA. Você sem mim vai ser melhor. Um adeus e até a próxima.
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