quarta-feira, 8 de junho de 2011

infâmia

aqui gargalho
desesperadamente madrugo
sensível às palavras
fermentando paixões
gargalhadas
ah, me ponho a rir
debochando de mim
das minhas desgraças
dos meus porres
ah, tudo soa engraçado
agora minhas armas
não são nada mais
que minhas ideias
nessa débil comédia
antes de dormir
me embebedo de saudade
grito sussurrando
véspera de que?
a resposta vem com a noite
que silencia a ausência
pleno e sem eco
seco e ébrio
- não sei

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O grande

Se me pedes
Para que na vista dê
A ti hospede o meu
Mas que belo você
Despejamos emulação
Sobre olhar travesso
Mais papo e aprochego
Nem sempre permitirei a redenção
Me procuras perpetuamente
Entre segundos de aflição
Detesto toda e qualquer condição
De incondicionalidade, busco vitalidade
Mas só encontro ancião
Estás tão longe, tão alto
Tão altivo, cobiçado
Que apenas nos sonhos
Encontro-te abraçado
Mas com a distância
Como do dedão ao mindinho
Como do cético à fé
Longe a beça
Me inscrevo em frequências
Preocupa-te com as ausências
Induza-me à sua presença
Não te impeças
A julgar-me
Sua ré.