domingo, 24 de julho de 2011

Menos, ao menos

Menores doses de vida,
Verdades forjadas e imagens,
Erudição e nostalgia,
Sanidade fingida e do agora

Menos eu, giros raros
Da terra e de passos
Menos, mas muito menos
Paliativos do utópico

Salvo mecanicidade lúcida
Menos ação, cronometria
Imediatismo e reciprocidade
Fantasmas da superficialidade

Menos sentimentos e meditações
Vozes e blasfêmias
Para pensar menos paciência
Vácuo, eco e pieguismo

Sapos, para engolir, somenos
Simetria, suscetibilidade, menos
Filosofias do século
Redução da taxa de lirismo

quarta-feira, 6 de julho de 2011

N'outro lado da porta

Deixaram o seguinte recado: atente que na testa força a dor, no cabelo enforca um socorro, gera cansaço, descrença em mangas três quartos, e em mistas cores de bombeiros ao som de Adriana com seu fingimento naquela estação, já que não era trem. Eu acredito na insuportável ausência que equacione a vida a qual lapido ou implodo, você, sendo qualquer opção modeladora, só depende da poeira amorfa ou clara que se forme sobre os telhados, ou na mesa. Também, cegamente, fugir é uma inabilidade perfeita, você sentiu na pele. Tanto sentiu que aprendeu, e insiste em querer seguir pelo mesmo caminho. Está certo e apático. Que seja desse não jeito que não surja, desconhecido, sem cartas na garrafa nem frio defronte aquela loja de eletrônicos. Nem um pedido de licença, só estava chovendo mas tinha espaço suficiente. Como num sofá de dois lugares que, é óbvio, que o conforto só caiba para um. Devagar, hei de madrugar o meu imaginativo por uma falta de saco másculo, ou imaculado, para dar ordem, fecundar e parir um sentido pr'esses dois períodos de translação que eu ando perdendo. Essas mediações de independência do país não-sei-que-lá-das-quantas, unidos na exasperação do nosso estado. Só implorando por um sequestro não relâmpago e sem fiança desse fermento que faz com que isso ainda borbulhe. Sem construir fantasia romântica porque eu faria mais uma vez questão de enterrá-la como na última vez que eu te lembrei, vaidosamente, do que tinha acontecido há, exatamente, uma inverno atrás. Vai, meu irmão, pela logo esse avião que eu tenho a razão de continuar enchendo de abobrinhas, pela falta de sentido, atraso e indiferença, isso aqui que é o nosso jeito de conviver. O que senão, por algum tempo ainda, recados pendurados do outro lado da porta e arrancados por terceiros. Não vale isso tudo, são só recados singelos para um cumprimento de protocolo social.