segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

oferenda

o fenômeno da fome
da mãe dos que nascem peixes
reduto de colo
recato de cor escura
um lar: todo negro

mania de anaeróbio
que costumo levar

o que costumo soltar:
o canto que apenas uns desatentos
uns passantes

um canto no vácuo

coágulo de ar:
três minutos de morte
brilho azul das vestes
odoyá
como ouvir o adágio
das cristas e vales
no livre-arbítrio
onde a alma fala
(minha glândula pineal
órgão vestigial
ou rasgada a palma, pedra de sal)

fala sobre a orientação celeste
lobo, centauro, peixe austral

não fala nada,
afinal