quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Torna-te real

São os ventos de Abril
Sopram, desenham e escurecem
Acredita que há horas atrás
Enraizaram-se em mim com um cheiro
Como um toque histérico
E seguem, obliquamente, capaz de exaurir,
Talvez, o mar mais profundo do meu íntimo
Descolorir o azul ou vermelho
Vulnerabilizar minh'alma
E esgotar meus segundos
Sem ao menos notar sua fúria
Ou apenas saciar-me e
Ainda, quem sabe, sonhar-te com meus olhos abertos
Sem receio de acordar, pois então já estaria desperta
Com ou sem um revés.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para agora

Com a incerteza da segurança daquela gruta repleta de estalactites onde a brisa entra e assobia, contornando-as, as mesmas de séculos atrás, levanta-se e choca a mente.
Diante de algo indescritível, portanto, dá-se o descortinamento de todo o sentido e isso torna-se ofuscante de tamanha beleza. Tamanha fragilidade, onde um movimento brusco é capaz de inverter os extremos e dar cabo dessa beleza. Onde vacilar não tem vez.
Aquilo que a sua mira decide enviar-nos ao seu futuro. Errado está você, se ainda o presente está passando.
Errado estava, perdão.
Cresceu como nunca, fechou os olhos e sentiu o infinito interior, definitivamente, jamais se deixar dimensionar.
Silenciou e constatou, apesar do clichê, a essência é raramente manifestada:
Ser hoje.
Viver hoje.
Deixa o vento amenizar todo obstáculo. O vento que assobiará entre a insegurança a mais bela canção e, ele mesmo, quebrará o vidro tênue que nos separa da beleza e impede de tocá-la.
Acontecendo no intervalo da sua respiração.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010