quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A semente

Não é apenas impressão. Sei que estou assim, não muito bem. Plantei a sementinha da dúvida, e vi nascendo a certeza. Não no meu jardim, porém em um outro. Estou aqui do lado torcendo para que germine e dê bons frutos para quem o plantou. Dizem que a gente colhe o que planta. Eu sei o que estou colhendo, ou melhor dizendo, o que não estou. Meu consolo é saber que o jardim do vizinho é sempre o mais verde. Dessa forma, sendo suficiente eu admirá-lo. E ainda quem sabe não me inspirar nele? A gente aprende assim, colhendo frutos secos, ou nem os vendo brotar. Tentando arrancar para longe as ervas daninhas que insistem em se multiplicar. Ou até mudando o adubo e a forma de aguar. Até cair a ficha que, o que está errado não é isso, e sim o que está sob a terra. Enquanto a minha sementinha não me dá frutos saborosos, estou aqui, esperançosa, para que um dia ainda se surpreendam com a beleza do meu jardim. E, enfim, eu acalme a minha alma indecisa.

Ter que fazer por onde.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

silence.

Acordar com uma queda de energia. Não houve barulho, só o silêncio. Acorda-se com tamanho silêncio? Sim. Nada de barulho de ventiladores, arcondicionados ou qualquer outro aparelho que faça algum som. Ainda não tinha amanhecido, só a penumbra do mundo.
O silêncio é genial.
Ele te ilude e te domina. Aguça todos os seus sentidos, principalmente o auditivo.
É incrível como tudo lhe toma a atenção. Escuto o bater das asas dos passarinhos, algum gato brigando na rua, o assobio do vento ao atravessar os orifícios da janela. Até o vizinho delirando no próprio sonho.
A imaginação aflora. Tantos sons desconhecidos levam a imaginar o que deu origem à eles.
Se eu consigo dormir em um profundo silêncio? Não. Os pensamentos ecoam no ar.
Acho que sou acostumada com o som do motor do ventilador por perto. Prefiro meu paradoxal silêncio barulhento.

=)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

cariño


Existem mil formas de ter e fazer carinho. Não se resume em toque físico, ou isso que banalmente a gente julga ser. O carinho passeia desde o silencio ao ouvir alguém desabafar, à uma simples forma gentil de cumprimentar. Ao fato de tratar bem, em linhas gerais.

Não somente para com terceiros. Com você mesmo, com as coisas e o meio ambiente. Por mais que difícil seja a tarefa de falar sobre o meio ambiente com as pessoas, tento uma vez aqui outra ali inserir algo. Se faz necessário e possível, já que isso aqui é uma forma democrática de expor pensamentos. Só para não ser tão chata, vou ser breve. Posso generalizar que todo mundo gosta de carinho. Abrindo mais o leque, proteção também. Porque não fazer com ela, a natureza, o que a gente quer para si? Agir de uma forma que não a agrida tanto quanto já está. Antes disso pense! Que, como você, ela está viva.

Não lhe dar a devida importância é ignorancia.

Deixá-la morrer, é se deixar morrer.

Sendo assim, nem que seja para ter um pensamento individualista. Pense em você, se quiser continuar vivo, não a maltrade. Acorde para a natureza e se salve.
Não é o certo, mas é uma saída. Ela precisa se encontrar em boas mãos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Memórias de um suicida

Memórias de um suicida- parte 2

Ele sentia o cheiro da pólvora. Como se ela, quando misturada ao sangue, resultasse numa combinação ardente. Escorria pelo seu corpo essa mistura, e lhe dava prazer. Seu corpo estava em completo transe. Dormência, ilusão, adrenalina. Abriu os olhos, observou a desordem ao seu redor.
Sim, ele ainda estava sentado. Em sua mesa, a carta à vida junto à caneta que a escreveu. Ao redor, as coisas de sempre: cigarro, um copo de bebida vazio e papéis, os quais não lhe dava importância.
Achava que ouvia sirenes, pessoas na rua conversando sobre algo que não entendia. Tudo parecia muito normal. A morte não lhe parecia tão agradável como imaginava. Porém, em um segundo censurou-se. "Caia na real, você não está morto!" Nesse momento, a frustração do mundo inteiro caiu sobre ele. Como, se estava tudo planejado com a devida minuciosidade de detalhes?
E ele se sentia o cara mais inútil dessa humanidade. Que, nem para dar cabo de sua própria vida, servia.
Ele só queria o esquecimento, contudo no mesmo instante ouve gritos chamando pelo seu nome. E um "socorro". É, acho que o resgate estava a caminho enquanto ele se afundava em sua poltrona: poço de suas lamentações.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

estoy aqui...

Odeio abandono. É uma atitude individualista e mesquinha. Como se tal coisa, ou alguém, não existisse. O abandono mora na falha da memória e falta de vontade. E essa falta de vontade nasce junto com a preguiça.
É triste isso.
Blog, não te abandonarei!

Queria, com a permissão dos senhores leitores, parabenizar a todos os meus amigos, conhecidos, desconhecidos, sortudos e estudiosos que passaram no vestibular! Se houvesse a possibilidade dessa felicidade que toma conta de nós ser dividida, tenho certeza que todo o mundo sentiria uma pontinha que seja de alegria. Estou feliz por mim, como também por aqueles que vi na batalha desse ano de estudos. E que, por mais que muitos problemas insistam em aparecer, a gente soube lidar e estamos aqui pra contar história.
A gente colhe o que planta, não é o que dizem? E, precisando de sorte ou não, estamos colhendo bons frutos.
Obrigada e parabéns a todos!

beijos e queijos!