Beleza simples, como um jardim florido. Nada fora do comum, só uma lua com um formato inusitado. Minguando para a cheia. Mais ampla impossível. Como aquele sorriso contido onde não desejava estar, entretanto ali estava. Com você numa eterna continuidade, pesado deveras a ponto de tornar-se leve como uma pena que escapa com um sopro gentil. Contraditório não é, real sim. Olha, você tem um mundo seu, com planetas em sua órbita. Quantos quiseres. Uma árvore com folhas brancas ou fluorescentes, assim como a espuma do mar a noite. Nossa herança é rica, tão doce quando o mel mais comum. Sem limite, sem corpo e nu. Sem pecado original, ora... onde já se viu? Dançando nas cordas daquele instrumento desafinado que toca os acordes mais lindos. Capazes de ecoar até nos lagos verdes cheios de vitória-régia por trás das montanhas. Entre as nuvens. Nós somos puros. Sem imposições de raízes fincadas. Aí, aconchego o sol nos olhos nesse nascer e morrer diário. No alaranjado, bordou-se um salto de golfinhos. Entre várias redes flutuando num descanso
ventilado, confortável e sim, estrelado. Meu bem, nós só temos tudo isso pois nada disso nos possui. E porque não temos nada. Temos só o mundo sob os nossos corpos e gozaremos dessa eternidade enquanto ela durar.