quinta-feira, 19 de setembro de 2019

o labirinto inflamado
não é razão para tremores de visão
mas pequenos terremotos me desequilibram
quando a pressão se expande, o terror
um besouro frio de atravessar o crânio

(o tiquetaque permanente de pripyat)

nesses tempos,
desprezo a paz nunca nunca a paz
assim as pessoas sempre foram sem e em comunidade:
como um erro hippie
helter skelter
como um erro histriônico
son of sam

(deliro com uma mosca rondando meu expediente)

naquela passada tarde qualquer
eles recebem tiros de cima
como o augúrio de matrimônio à porta da igreja

diz o menino
eu não gostom do helioptero
e desafia o próprio peito a toda morte

(no tica-tica permanente dos pátios
quem protege os meninos?)

que há com os barulhos errados
que miram na maré, no mosquito
corpos tontos e mortos
para as valas daquele labirinto?

onde cairemos todos nós?
quem nos arremessará arroz?