terça-feira, 23 de março de 2021

a lida emoldurada

pela janela inclemente


uma Menina no canteiro

entre as pernas da mãe 


caminhos de rato, 

lêndeas, gárgulas


perdoe, Menina

implora o Caronte, 

com as mãos

no volante


assim lhe chega a infância

catando caju, manga

ou sendo o piolho de Cassandra



sexta-feira, 12 de março de 2021

 Sonhei com meu livro. era quadrado, pequeno, 10x10. havia ficado muito grossa sua espessura, porque meus poemas mais longos se estendiam por páginas e páginas, fragmentados. estava numa casa de praia, poderia ser a Muriú de um outro sonho passado. uma parede de vidro. via Pedras. Silvia também estava lá, abatida, porque pensava em mudar de vida. ela me mostrava que revisava um conteúdo de arte bem interessante. estou aguardando um texto de Silvia para o meu prefácio, e ela só me mostrava que havia referências bibliográficas. de repente, estávamos em frente à Casa da Ribeira, que tinha uns 7 andares. lembro de me perguntar o que haveria para lá do café. lembro de achar que aquela era a entrada de algum trem-fantasma; pelo que sei este é o nome do livro de Pedro Lucas. de volta à casa, via que meu livro era em tons rosados, e isso era decepcionante. um mais claro, outro mais escuro. na capa, com letras tipográficas, feito máquina de escrever, havia um poema meu. não lembro qual era. não lembro o título do livro. era difícil manuseá-lo, porque não era encadernado. 


quinta-feira, 11 de março de 2021

poema editado para caber no shopping

está acontecendo novamente

dentro deste ônibus, à noite,

a iminência de toda uma vida


desponta comigo o sorriso maligno de uma lua amarela

anunciando as despedidas

 

fico por último, não me despeço