Nessa narrativa mítica
o arco da heroína deve declinar
no auge do clichê — o enigma das duas portas
o arco da heroína deve declinar
no auge do clichê — o enigma das duas portas
Na primeira, ela perde para a mania
na segunda, para a folga
mas hoje também, há quem diga
e quem pintou em Chauvet saberia
é preciso juntar os ossos
triturar e umedecer o pó com solvente
para pintar o corpo de uma mulher
depois esperar vinte ou trinta
mil anos
até que ela respire apenas carbono
estocado das raízes
todos os dias —
e nenhuma mulher feita de Cinzas
está em segurança
com sua cabeça protegida
na carcaça de um bisão