sábado, 16 de março de 2013

meu verso é livre
de deformar
de moldar
de alugar
de editar
rebaixar
educar
contar
amar

Um comentário:

  1. todos as noites sem estrelas para os pequenos da rua
    todos os dias sem poesia com fome de não morrer
    todas as chances de quem estava perdido pra acha-las
    todos os copos de sopa deixados sobre a calçada
    as latas do meio fio, os fios pelos postes nas estradas
    num lance todas as gotas d'agua sentadas

    o todo de tudo se depara com o agora
    e já não há uma só pedra do passado
    onde pudessem recuar
    aos tempos rápidos um passo no abismo
    dançando no escuro

    aos olhos dos peixes tudo é ouro
    e nas redes da vida resolvem se deitar
    nos tempos rápidos como um passo no escuro
    o pra sí só pode deixar isso mais absurdo
    as partes de um voam para todos os lados
    o sangue que a lua chora chove nesses pés
    e outro significado molhará tudo
    sempre onde ninguém lembra a volta do caminho
    nossos eus de sacrifício são jogados

    um relance todos de todos os tempos olharam
    noite não virar dia, onde o dia já perdeu as horas
    todos de todos os tempos respiram
    por entre as camadas das maravilhas
    um varadouro abandonado iluminado por vaga-lumes
    se deita nessa água parada
    e coisas todas atentamente olham do mar as estrelas
    das estrelas o mar vendo a nova via viva
    outro significado molhará tudo

    num relance todos de todos os tempos
    num lance todas as gotas d'agua sentadas
    veem que

    hoje o mar vai dar suas estrelas
    aos céus recontando as histórias do passado
    aos mundos todos olham

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