segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

oferenda

o fenômeno da fome
da mãe dos que nascem peixes
reduto de colo
recato de cor escura
um lar: todo negro

mania de anaeróbio
que costumo levar

o que costumo soltar:
o canto que apenas uns desatentos
uns passantes

um canto no vácuo

coágulo de ar:
três minutos de morte
brilho azul das vestes
odoyá

Um comentário:

  1. O som das sequências consonantais me prendeu a atenção... Mas me prendeu mais a atenção a presença do que parece ser uma referência a um ritual consagrado à Grande Mãe (figura presente em várias culturas)... Nesse caso, um orixá? Iemanjá? Não precisa responder hehe... Acho que o escritor, por vezes, se diverte (às vezes se frustra também, e isso é quase inevitável) com as elucubrações do leitor após apreciar um texto seu hehe

    Abraço, Maíra.

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