o coração da poeta parou
e da porta só cantou a vontade
das longas odes e marchinas de carnaval sobre queimadura de óleo
e marcas na blusa
logo abaixo do umbigo
recostada ofegante no portão de carolina de jesus
é, pois, acolhida
com um abraço brilhante que só aquela cor tem
o coração da poeta
não quer mais a azia subalterna
ouvida ainda no front dos saraus
das casas-grandes
o coração da poeta
reluz o ouro
inacadêmico
inacabado
e migrante
polido propriamente por uma garimpeira
da antiga Canindé
hoje, marginal tietê
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