a estrada paterna de
segredos
é aberta a mãos de moça,
zona magnética de tuas partidas
é uma história içada pelo barco,
levada ao coração da floresta
onde se busca a riqueza dos homens
das aulas de francês, lembrava-se apenas do mar
e não lhe punha medo a maré cheia, o isopor no ombro,
muito menos o ancestral sangrador
passou a medir o local dos minérios
que pigmentam os enxovais e os livros velhos
encadernados com tecidos de núpcias
no caminho de volta,
confessou-se a um gerente de banco
e descobriu do que são feitas as gentes do comércio
os tigres da ira
pedem que não te desfigures,
que fiques a salvo do pólen
e não receberemos mais as ciganas,
nem as curandeiras,
nem os trotes violentos
(eu poderia decorar A Montanha Mágica
para depois te mostrar
como respirar melhor
e prepararia qualquer prato ao thermidor
para te ver lambuzado e triste
nos dias dos teus anos)
prometo não brincar mais de Zila nas pedras,
nem catar o coentro da sopa,
nem olhar nos teus olhos
desfaço meus caminhos pelo piche,
não fumo mais teus cigarros escondido,
nem leio as histórias policiais
vigio para que tua pele não se descole
nem deixe de expelir esse óleo,
liga que fecha teus poros às alergias
mas reparas bem:
essa estrada margeada de palma e angelim
ainda não pode ser interditada
sem antes levar a Montmartre pela segunda vez,
ou às águas que te lavem a couraça de óxidos de titânio,
a tratar das manchas
e que tu escutes com teu ouvido direito:
há, que te acompanham, um espírito da floresta
e uma arribação de água salgada
e eles anseiam por tocar,
com a leveza precisa,
em tuas mãos de moça
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