nunca fiz um bolo,
mas sei o nome de motocicletas –
estas que acompanham sua música
e irrompem a jusante até a água
chegar ao pescoço
dentro da casa – o quarto
afogando julianne moore
à sombra, qualquer versão de mrs. dalloway
observa seu nariz adunco
a toalha pendurada, flor
a toalha pendurada, flor
na garrafa de vinho vazia
flor morta de aniversário
sem jarro
recortes de papel
na geladeira
as cortinas preferidas e nunca lavadas
as cortinas preferidas e nunca lavadas
parede cinza, porta branca
maçaneta que trava chave & cópias
luzes – sombras
luzes – sombras
de todas as janelas
na casa, a casa –
o amor dormindo em segurança
a casa em segurança
socorrista treinada que sou
o amor dormindo em segurança
a casa em segurança
socorrista treinada que sou
não posso ver fogo
esta casa que também
sou
é
fogo
isto também é meu
– mas que posso reivindicar
se toda a matéria
não rende loas
senão decanta?
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