quarta-feira, 14 de abril de 2010

Invertido

Eu gosto do incômodo.
Da claridade que comprime minha retina
Da transpiração causada pelo calor
Da agulha que para a linha é muito fina
Do batom que perdeu a cor.

Também gosto do improvável
Do coração de aço que amoleceu
Da coragem que o medo produziu
Da flor que da pedra nasceu
Da beleza que ninguém viu.

Não fujo do clichê
Das palavras repetidas
Da vida acompanhada
Do otimismo pelas notícias lidas
Das novidades por crianças reveladas.

Na verdade tudo é mentira
ou na mentira tudo é verdade?

Surreal!

(No lugar de retina seria pupila, mas para o bem dessa rima pobre ficou retina)

12 comentários:

  1. cara... lindo. Simplesmente foda.
    Fizestes das coisas simples um paradoxo curioso...

    Muito bom mesmo.

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  2. Também gosto do improvável
    Do coração de aço que amoleceu
    Da coragem que o medo produziu

    Me lembra a alguem. rs

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  3. to cansado de ler suas postagens e ama-las!
    as estrofes sao perfeitas. Algo tão simples torna-se complexo.
    aff, elogiar vc parece ser puxação de saco... rs!
    mas eu realmente amo te ler! :*

    "Na verdade tudo é mentira
    ou na mentira tudo é verdade?"

    Surreeeeal mesmo. To analisando essa frase ainda. rs.

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  4. Masoquista, complicada, desgastada, supresa, sensível, observadora, corriqueira, positiva.

    Invertido.

    "Na verdade tudo é mentira
    ou na mentira tudo é verdade?" --> paradigma matrix

    =p

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  5. Bom, muito bom o que leio aqui!

    cafenosanguecura.blogspot.com :)

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  6. Averdadeinteriordecadaumpodesermentiraparaalguém,não?Talvez,omaisimportanteé:aotercertezadequeéverdade,questionar-se:émentira,meenganei.

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  7. Adoreeeeei! Palavras simples, com rimas simples e tão completas.

    Voltarei!

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  8. Oi Rara!Amei sua visita, é sempre bom encontrar gente RARA!!

    Parabéns pelo seu blogger é lindoo.

    Amei o texto!DIVINO

    **SEGUINDO

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  9. Acho a coisa mais fantástica do mundo quem escreve poesia assim, tão bem como você.
    Invejei. Mas é invejinha saudável, tá?
    Vou voltar.
    xx

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  10. Pela rima [quase] tudo vale!

    Eu não sei quem, qual ou o quê é esse eu-lírico. Mas, por eu não conhecê-lo, eu poderia dizer que sou eu.

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  11. rima pobre? não mesmo! rimas ácidas e bem reais.
    sim, eu gostei. Aliás, eu sempre gosto quando venho aqui.

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