terça-feira, 6 de janeiro de 2015

avançando aos solavancos
só se ouve o ruído das coisas
atravessadas à distância

enquanto houve caminho
me inscreviam
um completo rodoanel
circundando meu corpo

no entanto,
sou toda uma evasão de moradias
e mesmo que assim seja
há um usufruto
um direito alheio
em governar para mim
as três vontades básicas
os três objetos da bolsa
e a teoria geral das coisas:
usufruto à quintessência

[fim do toque de recolher
hora de ancorar o estado inértico
voltar a sonhar com o simples recato
e torcer que aguaceiro nenhum
leve a resposta aos físicos]

eis a supernova
eis a verdade diluída
um caminho trôpego para intuição 

2 comentários:

  1. Uau! O tom profético e altivo me lembrou um poeta que gosto muito (Rimbaud). Senti que parece haver uma fusão entre os elementos externos ao "eu lírico" e a própria experiência interna deste. Os acontecimentos do corpo (sobretudo dos sentidos) parecem, ao mesmo tempo, descrições de estados internos... Incursão poético-filosófica deveras, deveras, interessante.

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  2. ei coisinha
    pode escrever mais, viu
    que a gente tá esperando pra ler


    :))))

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