é pressuposto do sonho a ausência, a subserviência. o primeiro sonho do mamífero foi o pesadelo e quando te vejo, homem, sem a força de aguentar o trator que atravessou seu externo, delirante e dependente, no carrinho elétrico do supermercado, no andajá na casa sem varanda, eu penso que sonhas. privado da máquina do tempo, analfabeto, eu sei que gostas do tutano bem molinho com cuscuz e peixe frito.
tens o pano de prato para enxugar a boca que não se fecha a dentes. o último dente para rasgar a carne. podre. extraído. banguelo não se acostuma com dentadura. Kariri não deveria jamais partir para outros currais.
é amoral tomar café com xilitol e comer pão com manteiga ghee. é melhor morrer. não ser mais considerado porque o presente é um constante vácuo, o passado é afetivo, real. ser devoto de um não-santo. morrer antes da beatificação. antes de tudo, sonhar com Frei Damião. ninguém te escuta, nem aquele servo de Deus. nem Deus, tão amado. projete o gesto da cruz de nossa contrição, capuchinho.
nem os virgens te alucinam mais que o dinheiro, a quetiapina, outro sedativo. queria sonhar contigo. te convidar para cheirar acetona comigo, pôr vinagre no feijão. e o silêncio, esta importante avenida costeira, será nossa danação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário