sábado, 7 de fevereiro de 2015

sobre a lembrança de velhos; ecléa bosi, 1979

dona alice, amuada,
depois de um dia de revolução
senta-se em casa, 
faz café, oferece, 
mas diz que está fraco
(como sempre)
e recorda outra revolução

hoje não teme, não geme
quando a luz apaga

mas na memória se lembra,
dona alice dizia no quarto nada sujo
que seu único medo
era morrer
no escuro

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