terça-feira, 16 de junho de 2015

obviedades

na ida, toda a prerrogativa
de como cresce o que tem no escuro de dentro
quando se ouve algo que,
mesmo sem nenhum desígnio,
reproduz aquela prosódia da pena

volto-me, ainda na ida,
sob qualquer tenção de livrar na luz

o carro morre, os pedais erram
0. não há o auto pilot

sonho com o que atormenta
como penso em cada movimento:

1. não há disfarce, tudo é desejo consciente

2. não há outra vida, sonho com o que me atormenta porque quero

3. não há por que assentir tão facilmente

quando sonho, acrescenta-se a essa cobiça toda
uma avença, um contrato assinado

não o quebro, porque toda a vida humana é contratual
homo ludens, toda vida humana é convenção,
negócio, pacto
toda vida humana é uma técnica de fugir da verdade
como o riso num VHS de qualquer

[parto]

de qualquer comédia


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