terça-feira, 7 de julho de 2015

as urgências vivas se apresentam
na madeira compensada da porta
quando a observo, ao acordar vertiginoso, tentar respirar

no ferro de passar roupas
rangido da mesa, cheiro de amaciante evaporado
no uniforme cinza do meu pai

num desonrado passeio no pensar,
esquecendo o que foi dito
no reticente cuspe retórico
"quando se morre de acidente [...]
[...]"

essas urgências vivem
nesse silêncio-alívio
no entortar da boca,
levantar de ombros

onde me retiro

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