domingo, 20 de setembro de 2015

pé de fixo

sob toda pele, há sede

essas peles 
pensam no carcará
no muro numa calçada do oeste

pensam nos animais procurando uma sombra
sobre as árvores desfolhadas

também a calçada oca da busca pela água
das raízes do pé de ficus

[e o gavião-carcará na vigília de mais um bicho quase-morto de fome
cair sobre a terra
sobre a mesma sombra que não existe:
amor fati]

a pele que seca, racha, endurece.

essas raízes grandes exploradoras 
e essa sede não passa

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