esta sujeira da BR que entra
pelas janelas mesmo fechadas
e pelo nariz, boca, pior que o fumo
qual fuligem que fica a resvalar como se pensa
e quando cobre dessa cor negra a mesa os cabelos que caem
quando se vive em um quarto
com doze metros quadrados
com paredes cor de fome
o rodo, a vassoura e as roupas no pé da parede
a parede.
onde estão os livros que em busca do tempo perdido
nunca li e sei de cor?
la prisionnière, não mais
fugitiva
como toda boa poeta marginal
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